Brazilian Film 'Ainda Estou Aqui' Wins Best International Feature at 2025 Oscars
- Juliana Menezes
- Mar 3
- 4 min read
The brightest 'good morning' in recent times was waking up today to the news that the Brazilian film Ainda Estou Aqui (I'm Still Here) had won Best International Feature at the 2025 Oscars. At the cinema, I had already been moved to tears watching Eunice Paiva summon the strength to cope with the disappearance of her beloved husband during Brazil's military dictatorship, managing her pain while holding the family together with love and care for her five children.
A true story, told decades later by Eunice Paiva's own son, the brilliant writer Marcelo Rubens Paiva, in his autobiography that inspired the award-winning film.
The greatest emotion is seeing Brazil on the world's screens, drawing attention to something beyond football, landscapes, violence, corruption, and the so-called 'sensuality of Brazilian women.' We've earned a place on the stage to share a little of our literature, our dramaturgy, our cinema, and our people - a people burdened by suffering, yet who soothe themselves with smiles, affection, dance. A people who, even in the face of hardship, laugh, move forward, embrace the beauty of each day, and remain resilient, believing that one day things will get better. A people who celebrate an Oscar win as if it were the best thing in life - because they know they are not used to winning, because they know how fleeting life can be and that the best remedy against sadness is the joy of each moment.
Today, we celebrate Brazil through the true story of a family that a dictatorial regime tried to erase, but could not. It returns to life on screen in the performances of two extraordinary actresses - Fernanda Torres and Fernanda Montenegro, daughter and mother in real life - in a film that pulses through the veins of those who understand the power of family bonds and the scars of injustice and oppression. A film met with standing ovations in cinemas, applauded for 10 minutes at Cannes, transcending territorial, historical and cultural boundaries to touch on the fragile essence of who we are as human beings in a world so often brutal and mechanised.
The wonderful director Walter Salles moves us once again with Ainda Estou Aqui, after the epic Central Station. Even with this long text, it's hard to express everything I'm feeling.
I'm still here... in tears.
Em português:
O maior 'bom dia' dos últimos tempos foi acordar hoje com a notícia da vitória de melhor filme estrangeiro – o brasileiro Ainda Estou Aqui – no Oscar 2025. No cinema, eu já tinha caído aos prantos ao assistir Eunice Paiva arranjar forças para lidar com o desaparecimento do amado marido durante a ditadura militar no Brasil, para administrar a sua dor e tocar a família garantindo a convivência de amor e cuidados na vida de seus cinco filhos. Uma história real contada décadas depois pelo próprio filho de Eunice Paiva, o maravilhoso escritor Marcelo Rubens Paiva, em sua autobiografia que deu vida e nome ao premiado filme.
A maior emoção é ver o Brasil nas telas do mundo chamar atenção por algo além do futebol, das paisagens, da violência, da corrupção e da 'sensualidade da mulher brasileira'. Ganhamos um lugar no palco para compartilhar um pouco da nossa Literatura, de nossa dramaturgia e cinema e de nosso povo. Um povo carregado de sofrimento, mas que se embala e consola com sorrisos, afagos, dança. Um povo que mesmo nas quedas, ri, segue em frente, abraça a beleza dos dias e segue resiliente acreditando que um dia, dará certo. Um povo que festeja a premiação de um Oscar como se fosse a melhor coisa da vida, porque sabe que não está habituado a ganhar, porque sabe bem da brevidade que pode ser a sua vida e que o melhor remédio contra a tristeza é a alegria de cada momento.
Hoje celebramos o Brasil através da história real de uma família que um sistema ditatorial tentou apagar, mas não conseguiu e volta na pele de duas atrizes fabulosas - Fernanda Torres e Fernanda Montenegro - filha e mãe na vida real, num filme que pulsa nas veias de quem entende o que é o poder da união em família e das marcas da injustiça e opressão. Um filme aplaudido de pé nas salas de cinema, ovacionado em Cannes por 10 minutos após exibição, ultrapassa os entornos territoriais, históricos e culturais ao adentrar em campos frágeis de quem somos como pessoas num mundo muitas vezes animalesco e mecanizado.
O maravilhoso diretor Walter Salles acertando e nos arrebatando de emoção de novo Ainda Estou Aqui depois do épico Central do Brasil. Mesmo com esse texto longo, é difícil dizer tudo o que estou sentindo.
Ainda estou aqui...em lágrimas.
